



Um blogue que tem por objectivo desancar nas situações que ao Cidadão se lhe afigurem erradas ou desadequadas à vivência social, recorrendo a bons modos metafóricos, satíricos e humorados. A sua leitura é desaconselhada a maldispostos crónicos, a cinzentões e a mentalidades quadradas. Classificado como substância psicoactiva passível de dependência, poderá induzir micções involuntárias no indivíduo. Recomenda-se pois que o seu consumo seja doseado com moderação...
Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os seus objectivos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, adormecidas... ou anestesiadas por fórmulas e conceitos preconcebidos. Embora parte dos seus artigos possam "condimenta-se" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade com libertinagem de expressão" no principio de que "a nossa liberdade termina onde começa a dos outros".(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico e por vezes corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausadamente, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas análises, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell).Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de blogues a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, o que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão com alguma delas... mas somente o enriquecimento com a sua abertura e análise às diferenciadas ideias e opiniões, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais e válidos para todos nós, dando especial atenção aos "nossos" blogues autóctones. Uma acutilância daqui, uma ironia dali e uma dica do além... Ligue o som e passe por bons e espirituosos momentos...
A COISA
Truc, truc… (…), truc, truc… (…), truc, truc… (…), truc, truc… (…), não era o mangaratiba trilhando carris, mas sim a transposição da Intzelista ponte da idade do asfalto lascado, (construída em 1870 por uns senhores franceses que exploraram a sua concessão até 1945, ano em que passou para os domínios públicos, ao contrário da ponte de Entre os Rios, que em 1886 foi oferecida ao povo da região pelo senhor Hintze Ribeiro, um político da causa Monárquica e militar de alta patente, tendo a empreitada ficado a cargo da empresa belga "Société Anonyme Internationale de Construction et Entreprise de Travaux Publics", de Braine-le-Comte que depois de acontecida a última tragédia, foi construída uma réplica, inaugurada em Maio de 2002). Com um olho nas juntas ameaçadoras aos rodados do pé de borracha, quando o Cidadão estabeleceu contacto visual com algo estranho erguendo-se em aprumo na zona ribeirinha do Àquapólis- norte, ou seja, na margem direita do Tejo, entalado nas barbas do marinhante casario branco, barreiras acima num abraço fraterno aos calcantes do hospital e do castelo!
Esquisita… aquela cena!
Seria a tal nave inter galáctica que nos levaria a todos? … Pejado de curiosidade, cá o rapaz foi analisar mais de perto aquele fenómeno sinistro!
Soberbo!
Como é que aquilo teria ido ali parar? Volveu á direita, uma e outra vez… desceu uma rua de calçada, estacionou e apeou-se da máquina vencedora de distâncias, questionando um senhor meio entradote que passeava seu cachorrinho mijante, com o seguinte propósito:
- Boas tardes… que aconteceu por aqui?
Cordialmente, o Cidadão abordou o assunto, com uma mão no bolso do casaco e o dedo indicador da outra, apontando para aquilo tão… tão...
-Ò amigo! Há quem diga que isto é o terminal receptor da cablagem do teleférico que ligará ao castelo!
Enquanto isto, o lulu dava utilidade ao objecto, pois alçava a perna despejando um líquido dourado de sua bexiga, semelhante a cerveja!
Cá o rapaz, desconfiado com resposta tão evidente, dirigiu-se a uma donzela, bela, amarela, de saia curta e travada que deambulava pelas redondezas, indagando-a com idêntica questão…
-Meu querido!!!... Ainda não reparou que isto representa um símbolo fálico?! Um monumento á masculinidade? É o culto á fecundidade, que neste sítio se apraz! Isto faz um menir… faz meeenniiir…, oh, não! Dois menires… dois meniiiires… um cromeleque! Um lindo cromeleque!
Chiça!
Cá o Cidadão ficou-se sem prosápia… provávelmente terá enrubescido um pouquinho, pelos calores que sentiu saírem-lhe por detrás das ventas… mais de perto, a moça revelava a maçã-de-adão e uns pelos disfarçados, rebentando nas bicipitais pernas!... Talvez possuísse uma overdose de testosterona… Ora vejam bem a associação de ideias que a “moça” suportava em seu subconsciente!
Só cá para nós que ninguém nos ouve, o Cidadão teve que se raspar em passo acelerado, escapando aos desaforos desta maluca que o seguia de mãos no ar, como que acenando adeus… um escândalo!
Ele, há cada uma!
Cá o Cidadão mirou mais uma vez aquilo pró esquisito… deu duas voltas em torno do menhir… puxou pela carola e… não saiu nada!
Voltou á carga… junto á margem indagando o pescador que ajeitava a minhoca ao peixe… Resposta pronta do “men”…
-Isso aí, deve ser para as canoas se orientarem… coisa assim tipos… farol! Tá a ver? Dá jeito, pela matina… com o nevoeiro que aqui assenta?
“Pois, pois… pelo menos nos dias de nevoeiro deve dar um certo jeito…realmente…” Magicou cá o rapaz.
Que sorte madrasta! Um tipo a querer meter conversa com as pessoas… e só leva tampa!
Mais adiante um casal olhava intrigado, aquela coisa…
-Sabem-me dizer o que será isto?
-Nóis extrangêrros! Noís Deutcheland,... pásseáárrr a
Abrranthish! Turish! Yá! Ich côsa párra pássarrrus! Ich, Störche nisten! Cásus pááárrrrá cégônhusss. Disse o homem…
-Yá! Yá! Störche nisten!!! Eh! Eh! Contracenou a senhora que o acompanhava!
-Hummm.. Base de ninhos para cegonhas… bem pensado… estes Alemães têm com cada ideia!
Entrementes, cá o Cidadão deu com um senhor barbudo, de aspecto platónico e olhar distante, parecendo querer contar os Altocumulus e ler os Stratus… não são os extractos da conta bancária, nem muito menos das facturas, mas sim, nuvens rarefeitas parecendo carneirinhos perfilados, dirigindo-se a uma casinha de outras mais espessas… ora vejam bem o que insinuam!
-Senhor… senhor! Sabe explicar-me do que se tratará isto? Entrou cá o rapaz…
-Ò amigo! Na minha vida atarefada de cientista, á primeira vista supus serem as Twin Towers … mas não… isso atrairia a Al-Qaeda… mas “Al-Qaeda” já temos uma por Abrantes… no outro dia fui lá tomar o café… junto ás muralhas do castelo…está a ver? Assim sendo… só uma coisa se me afigura! Isto… provávelmente será uma plataforma para o lançamento de foguetões! Columbia, Space-Shutle, etc!
-Al-Qaeda, não! “O Alcaide!” A. L. C. A. I. D. E. Um café! Foi o desengano.
Hummmm… uma ideia plausível! Tem lógica… como vem sendo importadas umas americanices… caso do “campo de basebol”… ou o conceito de “cemitério-lúria”… não ficará descabido… um tal… Cabo Canaveral… por aqui… Dissertando sobre lúrias e coelhos, n’outro dia, quando seguia atentamente o discurso do líder bloquista, a certa altura ele fez a seguinte observação…
(…“Se meterem dois coelhos numa cova, de certeza que daí nascerão coelhinhos”…)
Estava cá o rapaz a tentar entender este raciocínio, quando a Companheira o interrompeu com a seguinte dissidência:
-Isso não vai dar certo!
-Não vai dar certo… o quê?
-Discordo! È falso! O que o Louçã acabou de afirmar…o homem está completamente errado!
-Mas… porquê? Voltou a indagar cá o rapaz.
-Não vês que para nascerem coelhinhos tem que se meter na caixa um coelho e uma coelha?! Ou seja, tem que lá estar um macho e uma fêmea e o homem quer que nasçam coelhos de uma relação entre dois machos!!!
-Aaaahhhrrrgghhh! C’um catano! Apanhaste-o na curva! Pois é! Tem que ser um coelho e uma coelha no truca-truca… senão, nada feito! Vociferou o cidadão!
(desculpem, isto foi aci dental… não era para linkar esta imagem)
A Companheira, perspicaz e satisfeita por cá o rapaz lhe dar razão, coisa que não é normal acontecer no ambiente dos casais portugueses, pois nesta sociedade falocêntrica o macho tem sempre a dita, mesmo quando não lhe assiste, voltou á carga no seguinte ponto do discurso do líder Trotskista:
(…”mas se meterem duas notas de cem euros dentro de uma caixinha, de certeza que não nascerão notas de vinte euros”…)
- Ele a dar-lhe e a burra a fugir!!! As notas são do género feminino! Que mania! Mas por esta via… ainda se poderá resolver a coisa recorrendo á inseminação artificial! Fecundação “in vitro”, ou… do género…como deverás calcular, há por aí muita gente cujo dinheiro até é fêmea!... Rematou cá a Companheira!
-Pois, pois, o Louçã leva a homossexualidade tão a peito, que acredita na geração de vida com a intervenção de um par de seres do mesmo sexo! Julgará que é tudo hermafrodita… como as garoupas, os caracóis, as minhocas ou as plantas verdes! Foi o argumento do Cidadão, rebatendo a Companheira.
-Por exemplo, não será o caso do cânhamo… essa planta de onde se extraem as fibras com que se fabrica tecido para a confecção de sapatilhas e vestuário resistentes á acção mecânica das actividades psicomotoras, que até necessita de sementes macho e fêmea para a sua reprodução…Talvez o “Boss” do Bloco acredite no sexo dos anjos!!! Volveu a Companheira.
Bom… deixando as divagações, pois isto começa a descambar, cá o Cidadão vai prosseguir com a crónica e prontos… senão… não pára de teclar este texto… e o pessoal queixa-se que é demasiado longo para post de blogue. Proporcionou-se consultar um ancião… perante a invariável questão, surgiu-lhe a resposta na ponta da língua:
-Impostos, meu amigo! Isto são os nossos impostos, todos empilhadinhos por aqui acima… os seus, os meus e os de toda a gente que descontou e vai descontando dos seus rendimentos! Vociferou o idoso, disfarçando a tremedeira nervosa, enquanto se amparava em retorcida bengala.
O Cidadão ficou insuflado de orgulho transbordante… realmente… será um monumento… aos impostos… ás taxas… ás tarifas… aos IMI’s e ás contribuições autárquicas cá dos pessoais… em vez de um buraco sem fundo, somos presenteados com as massas empilhadas na “COISA”!
O esforço que este men fez para descobrir uma explicação evidente e, ainda por cima, salta á vista de toda a gente!
Enquanto nestes anos de crise internacional, certas autarquias libertam as suas famílias de tarifas asfixiantes… este município desperdiça-as na “COISA”… em honra dos seus contribuintes!
Fiquem-se com esta miragem.
PRINCÍPIUM ACTIVUS
Deambulava cá o Cidadão pelas ruelas de Abrantes, caminhando apenas sobre os espaços em branco dos desenhos da calçada, sim, porque é uma obsessão que o persegue desde tirrazinho, de quando caminha, escolher só os desenhos de determinada cor ou feitio, coisa que na capital é uma riqueza praticá-lo, isto quando não lhe dá nas ganas de acompanhar a passada, bamboleando paralelamente os braços, suspensos ao longo do corpo! Isto será grave? Mas bom… bom… adiante… em falta de consola, ia cá o rapaz entretido neste jogo, quando no passeio do outro lado, alguém lhe gritou esta cena:
“-Ó Cidadão, olhe que o “Amar” anda a plagiá-lo!”
Ena, c’um caneco!
Às primeiras impressões, cá o rapaz até não achou grave, aquela exclamação em alta voz, trespassando a rua de lés a lés, mas depois é que se lembrou ser esse, o nik-name do Blogue, e, naquelas circunstâncias não daria muito jeito citá-lo em alto som!
Olhou em redor detectando aqueles rostos sorridentes e marotos daqueles que assistiram ao episódio, como se cá o rapaz fosse um tipo muito popular pela urbe!
Era inevitável intervir… retorquindo baixinho:
-Oh! Pá! Você está dôdo ou faz-se? Fale baixo, caraças!
A partir daqui, aceleraram-se as pulsações cá ao cota e, galgando terreno, lá se fez ao monitor do computador mais próximo! Aquilo estava pró cinzentão, deu-lhe duas lambadas e o tipo não reagia, foi quando se lembrou que tinha de ligar o botão na torre do PC!
Entrou no sistema, abriu a Net, foi ao blogue do Amar e… tumba, não é que viu logo Belém por um catódico!? Depois de visionado o texto que se intitulava “INFORMAÇÃO E TAXAS” concluiu que a lábia era a mesma do Cidadão, mas despejada com uma estilo de escrita very nice, bastante formal, assim tipos… fatigravata!
Foi quando que se deitou a pensar o modo como deveria pegar com o autor… Reflectindo profundamente sobre o assunto, chegou á conclusão que este sentimento de violação do porta nikas, era comum á população do concelho de Abrantes, portanto, seriam uns largos milhares de peoples em uníssono, plagiando cá o rapaz… daí, a coisa cairia por terra! Acordou desta letargia e do frio nos calcantes, quando descobriu uma pontinha á espreita.
Ora bem, como cá o Cidadão não se propõe concorrer á edilidade, não se lhe afigurava arranjar a solução para o problema das tarifas, mas sim, limitar-se a manifestar veementemente o seu desagrado e se possível reclamar perante os factos… foi precisamente neste ponto que sentiu o plágio! È que, no tal artigo, também não se vislumbra proposta ou solução para erradicar a maleita das aquíferas tarifas Abrantinas! Bom, isto, nem neste amante blogue… nem em blogues populares! Só mesmo… o blá, blá do costume!
Em suma, tal como o síndrome da feu-rouge que desde o século passado se vem instalando nas vias de comunicação do agádoisó, também as Ópus- Ições não apresentam o erradicante antídoto para a peste do málus tarifárium que seca as entranhas das nossas carteiras!
Dissertando de maleitas… em maleitas, existem curas medicamentosas para quase todas elas, baseadas em determinados princípios activos! Princípios estes, enclausurados em cápsulas, comprimidos, injectáveis ou até em xaropadas á maneira!
Encontram-se na natureza os princípios equivalentes… desde os mais remotos tempos, os povos vêm lutando contra as suas maleitas, recorrendo ao que a natureza lhes proporciona. Por exemplo, já naquela irredutível aldeia Gaulesa existia um druida barbudo, o Panoramix, que se aventurava pelos bosques e florestas tenebrosas, infestados de javalis, em busca do miraculoso Zimbro, erva com que confeccionava caldeiradas de poção mágica para que os seus habitantes a ingerissem, afim de darem cabo do couro aos Romanos e a outro piratame afim!
Daí, a força do Obelix e respectiva seita!
Hoje em dia, pelas bandas dos montes Hermínios também se faz uma poção com o tal Zimbro, que leva uma bôa percentagem de ervinhas, sendo seu princípio activo o etanol… Em certa ocasião, cá o Cidadão teve a oportunidade de butir d’uma assentada só, uns belos golaços de “Zimbromel” oriundo de uma garrafinha empalhada, esperançado em conquistar extraordinárias forças…
Ahhhh!!! Por Toutátis!!!
Decorridos uns belos minutos … acabou zonzo!... Ainda hoje não sabe bem porquê… e quanto ás tais forças… não passaram de ordinárias, ao ponto de este, cambalear sem destino ou direcção e, subitamente, tombar para trás que nem uma estátua de granito! Não se lembrou de mais coisa alguma, e quem acabou por beneficiar com o negócio foi mesmo a Companheira e os Júniores que deixaram de aturar as nóias cá do rapaz por uma boa temporada!!! …
Ah! Na verdade, cá o Cidadão também beneficiou com a cena, pois quando deu conta de si, estava cercado de umas paredes brancas, ouvindo um melancólico pi..., pi…, pi…. Alvas eram igualmente… as batas de duas belas moças, uma loura e outra morena, que se debruçavam suavemente sobre este rapaz, esboçando sorrisos angélicos…e não só!!! Vejam lá, que na altura até pensou…
“…finalmente… cheguei ao Céu! …”
Mas não! Estava sim, prostrado na cama do hospital com uma garrafa de soro ás avessas, de canudo espetado na veia, e duas belas enfermeiras ou médicas… sabe-se lá agora, nem isso interessa pr’ó caso!
Coisas do arco-da-velha!!!
Ainda na Lusitânia, em certa ocasião cá o Cidadão e sua equipe de caminheiros, palmilhavam as altas cordilheiras Douradas dos Montes Hermínios, cruzando o Malhão, e a Santinha, descendo á Cova do Pavão, para reposição de líquidos, recuperando altura rumo á ermidinha de São Marçal, avistando o bosque do Curral do Negro e o Bico do Côvo cada vez lá mais para baixo, escalando á capela de São Tiago, já com terras de Virgílio Ferreira visíveis pelas nove horas… lá bem ao fundo das escarpas, admirando os girinos da Fonte dos Ferreiros, dando na Cabeça do Faraó…com a cidade da Guarda a espreitar muito ao longe… descendo pela Calçada dos Galhardos, transpondo viveiros florestais e entrando na linda aldeia de Folgosinho… Enquanto o pessoal estafado de vinte e pouquinhos quilómetros sofridos, se refrescava nas fontes encimadas de azulejos decorados com pensamentos e poemas amorosos brotando água gélida e cristalina, e os aldeões idosos sentados á sombra de frondosa árvore junto ao coreto, seguiam atentamente os movimentos destes malucos dos trilhos, cá o rapaz, depois de arreada a mochila de mantimentos, com seu lencinho ao pescoço e respectivo chapéu de pano atirado para as costas, porque há princípios que não abdica, apesar de irradiar a contagiante boa disposição de espírito, imagem que o caracteriza nestas aventuras… como o descobrir-se debaixo de tecto alheio, sinal de respeito para com os anfitriões, coisa que esta malta nova parece ignorar por completo, tal como o respeito pelas tradições das regiões por onde se passa, imagem que cultiva nestas aventuras…
Bom… adiante! Junto com a amigalhaça Companheira, desceu as escadinhas de uma típica loja de artesanato dando com uma menina assim p’ró reboleco atrás de um balcão de madeira no seu penumbroso interior, que seguia esta tropa com uns olhinhos escuros, vivinhos e atentos… de ratita marota!
“…Humm… tenho que arranjar pr’áqui um argumento qualquer… deixando um rasto de bôa disposição nesta lojinha tão típica e engraçada…”
E se o Cidadão magicou, melhor o fez…
Reparando bem nas prateleiras em madeira, conferiu que estas tinham cravado no seu topo, os nomes das figuras representadas pelos bonequinhos de barro que as encimavam…
“Viriato…e sua companheira”… Por cima, uns bonequinhos representando a figura de um homem barbudo indumentado á época… e ao lado destes, outros, representando um guerreiro da tribo… mais adiante…. Na mesma prateleira corrida, a etiqueta “Sertório”… encimada por umas bonequinhas de barro em trajes tradicionais…
Olááá!!! Aqui há gato…
Cá o Cidadão, encenando um ar sério, grave e pensativo, de polegar e indicador da mão esquerda segurando o queixo… invocou a menina do balcão…
-Pssst, psst… olhe, chegue lá aqui… se faz favor…
E a raparigoila, intrigada com a encenação, saiu detrás do balcão… (ao que se proporcionou a oportunidade de admirar a beldade de moça), dirigindo-se cá ao rapaz… insinuou naquela vozinha singela… fininha e melodiosa, com uns lindos olhitos de azeitona, bastante arregalados!
-Diga, lá! Senhor…
Aqui o Cidadão pensou… “Senhor?! Mas o Senhor está no Céu!” Seguidamente, observou á menininha:
-Afinal… o Viriato era desses?
-Desses?!... De quais?
Indagou a donzela com uma respiração ofegante, perante o ar sinistro cá do Cidadão, enquanto a Companheira se chegava para trás, segurando o nariz, num enorme esforço para não se desatar a rir…
-Daqueles… sabe… assim… virados… p’ró…
Nesta altura cá o rapaz simulou delicadamente um gesto basquetebolante e repetitivo!
A menina, coitadinha, continuava á nora…
-Está bem... ora, repare lá… a companheira do Viriato era mesmo… este tipo que aqui está?!
E o Cidadão apontou o ex-general Romano, Quinto Sertório…
Eh! Pá! A rapariguinha, com as bochechas ao rubro só então é que deu conta do trocadilho das estatuetas, desatando numa aflição a colocá-las nos lugares correctos, de acordo com a toponímia, atingindo tal rapidez que se ouvia o tilintar dos bonecos colidindo uns nos outros!
Prontos... foi aqui que o Cidadão comprou a tal poção mágica!
Vá lá você também! Vai ver que não dói nada!
Mas não siga este triste exemplo de butir o elixir todo de uma vez!
Quanto ao Viriato e a sua tribo também usavam o princípio activo da Intifada! Corriam os Romanos á calhoada por aquelas encostas abaixo, deixando os Galhardos para trás! Pois nesta altura já haviam os amigos da onça… por exemplo, o Quinto Sertório, fundador da Sertã, foi traído e assassinado pelo seu amigão Metelo Pio. Quanto ao Viriato, idem aspas, aspas… foi assassinado por três dos seus amigalhaços … Ditalco, Audax e Minuro! Uns verdadeiros filhos da mãe!
Há outros princípios activos, também colhidos da terra, para as maleitas do coração e da espessura dos glóbulos vermelhos, como o caso das infusões e chazadas que combatem a hipertensão arterial, sejam elas o Espinheiro Branco, a Hortelã-Pimenta, as raízes de Erva-cidreira, a Erva-de-São-Roberto, para o lugar da Felodipina e do Ramipril.
Destinados aos maus fígados, coisa máscula, encontramos por exemplo o Cardo-Mariano, o Abacate, a Alfavaca, o Boldo, a Carqueja, que também dá um belo arroz lá pelos Hermínios… a Cavalinha, a Fumária, o Hipericão do Gerês, o Taraxaco e a Tintória.
Para as maleitas estomacais, a natureza brinda-nos com o Aloé Vera, a Camomila e o Pau D’Arco, no lugar do Omeprazol e o Lansoprazol.
As depressões os stresses e as ansiedades são varridas com o Lúpulo, a Tília, o Alecrim do Campo, a Folha de Carne, a Catuaba, o Velame, a Malva, a Marcela a Chanana, a Flor de Catingueira e por aí adiante, no lugar do princípio activo do Clobazan.
Para o combate á impotência masculina, sacamos do Pau de Cabinda, do Alecrim, do Chapéu-de-Couro, da Catuaba, da Semente de Melancia, substituintes do activista princípio do Sildenafil…
Coisas do carais!
Pssst… Pssst… Pssssstt!
Eh! Ainda está aí?
Toc! Toc! Toc!
Sim… você mesmo… aí, á frente desse monitor!
Não se vá embora… ainda!
Fique mais um bocadinho que isto está a acabar!
Leia lá mais um bocadito, senão cá o Cidadão aborrece-se com o seu desinteresse e deixa de produzir bitáitadas de posts!
Também encontramos princípios activos na nossa natureza… pois… isso mesmo… em nós próprios. De momento, o princípio activo que mais nos interessa será o da Endorfina!
E como se produz? A ver vamos…
A contracção dos músculos faciais que levantam as bochechas, elevam os cantos labiais e quase fecham os olhos, induzem no cérebro a produção de substâncias químicas chamadas Endorfinas, que serão idênticas à morfina. Espalham-se pelo corpo todo, dando a sensação de bem-estar físico e emocional. Isto consegue-se através do relaxamento dos músculos, dos vasos sanguíneos e até dos esfíncteres que são os músculos existentes na uretra e no ânus, retentores da urina e das fezes… daí as expressões, “mijei-me a rir”… ou… “até chorei a rir”!
E mais… cá o Cidadão não se adianta… Sendo assim, quanto mais se ri, mais Endorfina será produzida. A boa disposição ajuda as pessoas a viverem mais alegres e com melhor auto-estima. Está em todos nós… pode-se induzir e transmitir através das Tecnologias de Informação e Comunicação… vulgo TIC…
“E eu tenho um tic… um tic, tic, tic”…
O que é que esta expressão tem a ver para o caso?! Nada! Era só para ver se você acompanhava o raciocínio… ou se estava para aí a dormitar… pensando na morte da bezerra!!!
Bom… onde é que íamos?
Ah!
Combate a tristeza, a depressão, a melancolia e beneficia a saúde… Já dizia o Sigmund Freud, que um texto bem disposto e humorado, indutor de um sorriso solitário, melhorava a saúde mental. A forte gargalhada, por exemplo, melhora a saúde física do interlocutor… a prevenção e a cura de doenças, combate o stress, alivia as dores, controla a tensão arterial oriunda do sistema nervoso. O rir oxigena o sangue, exercita os músculos torácicos e abdominais, tornando-se tão benéfico quanto a prática de determinados desportos!
Os benefícios da bôa disposição de espírito não se restringem à saúde física. Ser bem-humorado ajuda a superar momentos difíceis com mais facilidade. É claro que por vezes não é fácil arrancar um sorriso de alguém!
Por outro lado, quem se recusa a desfrutar deste princípio activo da Endorfina, será um potencial incubador de enxaquecas, rinites, dores de pescoço, gastrites e úlceras nervosas, para além de se tornar uma pessoa irritadiça, sorumbática, macambúzia, matutadora e dificilmente sociável!
Vá lá! Para terminar, esboce um sorriso…
Está a ver… tão jeitoso(a) que fica?
“pelágios sorrindo”