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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os seus objectivos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, adormecidas... ou anestesiadas por fórmulas e conceitos preconcebidos. Embora parte dos seus artigos possam "condimenta-se" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade com libertinagem de expressão" no principio de que "a nossa liberdade termina onde começa a dos outros".(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico e por vezes corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausadamente, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas análises, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell).Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de blogues a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, o que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão com alguma delas... mas somente o enriquecimento com a sua abertura e análise às diferenciadas ideias e opiniões, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais e válidos para todos nós, dando especial atenção aos "nossos" blogues autóctones. Uma acutilância daqui, uma ironia dali e uma dica do além... Ligue o som e passe por bons e espirituosos momentos...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A MAMOA



 A MAMOA

...Tendo lido umas coisitas interessantes na Agenda Cultural e Desportiva nº 0410Abril2010 da câmara municipal de Abrantes, não conseguindo antecipar-se àquelas gentes que houveram realizado uma visita com bué da alma integrada nas comemorações do IGESPAR..., embora tarde e a más horas, curioso e ansioso sobre o raio do esquema, a este praça veio-lhe a idéia de visitar a mamoa da Aldeia do Mato... 
Frustração! Perdera o autocarro dos cinquenta lugares... mas como “aquilo” esperara pacientemente durante milhares de anos pela visita cá do Cidadão abt, não seria por uns diazecos a mais que abalaria dali...
Adiante...
Naquela aziada tarde descalçou as tamanquinhas e, envergando a t-shirt negra de estimação com a Senhora de Fátima estampada nos peitorais, lenço vermelho decorado a cornucópias enrolado ao pescoço, a digital no bolso interior do blusão...calça de ganga roçada, botins mexicanos afivelados ao tornozelo, capacete amarelo de nuca em cabedal ajustado ao queixo, cavalgando a indomável Z-2, meteu-se ao encalço da mamoa.
E porquê, viajar na Coty? Porque houvera lido algures que nas ruas de Rio de Moinhos o trânsito era caótico, apertado, qual segunda circular em hora de ponta, e assim melhor se esgueiraria da confusão enlatada! Transposto o busílis da questão e Pucariça dentro, a máquina cumpridora das limitações de velocidade impostas por lei foi papando quilómetros, lentamente, rumo á albufeira... subindo a derradeira recta num matraquear turbo lento, vendo este rapazola jeitos de se apear para auxiliar a FAMEL no sucesso da sua missão, se bem quando transpôs a Cruz da Aldeia e daí em diante conferindo alívio ao segmento pela generosa ladeira abaixo... deparando-se com uma senhora engalochada, que se dedicava ás lides da lavoura, tentando domar couves, alfaces e repolhos... Parou, sossegou o cilindro e questionou:

-Minha senhora... boas tardes...

-Boa tardi...

-Desculpe-me interromper-lhe o trabalho... a senhora sabe-me indicar onde fica a mamoa?


“nossa senhora disse disse que enquanto o gavião da videira subisse que não dormisse que não dormisse”

(.......................................)

“nossa senhora disse disse que enquanto o gavião da videira subisse que não dormisse que não dormisse”

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“nossa senhora disse disse que enquanto o gavião da videira subisse que não dormisse que não dormisse”

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 ...O chilreio do rouxinol fazia-se notar na vegetação rasteira...
Erguendo um tronco arqueado pelo peso dos anos, a senhora arredou o lenço em tons de cinza e azul que lhe prendia os suores do rosto e os cabelos ondulados, malhados de branco... com a mão direita encrespando-se no cabo do sacho que a amparava...

-Repita lá, qui nã percebi bêim...

-Perguntava se por aqui perto não haverá uma mamoa...

-Aíí que me aparece cum cada turista... o sinhor está a brincar ou quêi???

-Não minha senhora... ando á procura dum lugar onde fica uma mamoa!!!

Nesta altura cá o Cidadão apercebeu-se de que algo não lhe corria de feição pois as pálpebras da senhora dilatavam-se, escorrendo-lhe suspeitos suores pelo rosto...
Com gestos lentos, este praça desafivelou o penico amarelo, repousando-o sobre o mostrador do conta-quilómetros...

-Donde é que você vêim?

-De Abrantes...

-Lá d’onde vocêi anda não há mamoas???

-Repare... minha senhora, a mamoa é assim... como direi...um monte de pedras e terra que protegem um túmulo proto-histórico... um mammulas... em formas arredondadas...

-Ai sim? Atão nã quer lá veri c’as mamoas é que dão os mamões?

-Não... o que dá mamões são os mamoeiros... ou as papaieiras que dão as papaias... são a mesma coisa...

-Oiça cá! Na praça de Abrantis, vocêi não acha por lá mamoas e mamões?

-Não minha senhora... é que a praça fechou...

-Fechou??? Atão...agora... como a praça fechou vocêi veio p’ra cá á cata das mamoas... nã éi assim?

-A mamoa é um monumento...


-Têim que vir pr’áqui desassossegar agenti? Um monumento não éi? Olhe que o respeitinho é muito bonito!

-Não minha senhora... uma mamoa é... é...

-Ó sinhori! Desapareça da minha vista canão dou-lhe com o sacholo pela testa!

-A mamoa é uma coisa muuuito antiga...

-Antiga??? Como assim? Vá chamar velha a outra!

-A senhora não me está a entender... a mamoa é...

-Ó home! Vêim cá depressa que está aqui um bandido a gozar c’agenti! Anda á procura de uma mamoa!... Vêi lá tú beîm este desgraçado!

Que remédio teve o Cidadão senão raspar-se dali para fora concluindo que para procurar uma mamoa terá de o fazer engrupido, caso contrário correrá certos e determinados riscos...
Sendo a mamoa proto-histórica, já o mamão não é bem assim...
O mamão, fruto exótico, encontra-se com maior facilidade nos mercados diários... Este não brota da mamoa mas de um vegetal dos trópicos, o mamoeiro!
Poupando o pedal de arranque, montou a Z-2 que nunca tinha sido tão útil como agora, embalando-a ladeira abaixo, entrando na Aldeia do Mato...
Parou frente a um muro caiado, apeando-se... Descansou o capacete amarelo sobre o retrovisor esquerdo da Coty dirigindo-se a uma zona mais recolhida onde soava um vozeiral tertúliano... Uma tasca... talvez...

-“E... mamoua!”

Foi o que ouviu, vindo de dentro!
Ora, mamoa”! Cá temos!
O Cidadão chegava na hora exacta e ao sítio certo... Ali falava-se da mamoa...Era o que procurava! Entrou, sem antes ter arredado as fitas mosquiteiras... e ao tropeçar no filho da p*#a do degrau... descaindo abruptamente, viu jeitos de torcer um artelho...

- Merda” ‘ ! :«

Fôra á cara podre... Porque raio todas as tascas teriam um degrau a descer para o interior?...Uma fresquidão e o aroma intenso a tintol invadiam os cantos do interior escuro... Fora necessário afinar as vistas...Meia dúzia de homens com rude aspecto, tez queimada pelo Sol e mãos calejadas do cabo da enxada olhavam o Cidadão, desfeitos em silêncios... qual colónia de pardais chilreantes que perdem o pio perante a presença do intruso... Esta entrada houvera sido um tanto ou quanto... coxa...

-(.................................)

-Boas tardes...

Lançou, firme...

-Boas tardes, senhor...

Sobre o balcão corrido, taças de ¼ mediam forças entre si, numa correnteza de tintol que lhes entornava as medidas...

-Um café, por favor...

Só o rubicundo taberneiro de rosto vermelhão houvera respondido á saudação que, de olhar desconfiado foi rodando o manípulo do cimbalino... as bolhas de café caíam lentas, uma após outra, lambendo a alva boquinha da chávena estreita... com o aroma da cafeína a desafiar o trave da uva fermentada...

-...E... disse-lhi... ou mudas de vidãã, arranjas trabalho... e portas-te como um homêzinhu... ou largããs a minha neta da mãu qui não é carni para dêntis de gandulús! Se o pai dela não o fizeri, sou eu quem ti vai dári cabo dos ossus!

-Toma! E mamou-a!

-É verdadi! Mamou-a, e ainda mamãã com uns sopapos nas ventas si nãu simportari com juízo! Aquele moinanti!

-Olha o lorpa, heim?

-Desculpem interromper... ando á procura de um monumento antigo... uma coisa assim... bom...uma anta...

E com a linguagem gestual, este praça tentou representar o monumento...

-Uma manta? E pra qui vossemecêi queri uma manta, com o calori que faz?

-Não... um dólmen...

-Ah! Você précure o pitrolêro que ele costuma trazeri dessas coisas na carrinhã! Cobertoris, colchãns, toalhêtis! Dólménis!Tem uns todos vêrdis e outros camuflos! Aquelis da tropa, sabi?

-É caçadori?

“Caramba! C’a ganda salganhada...”

Pensou cá o Cidadão...

-Não é isso, senhores! É uma mamoa!

-??????

-!!!!

-?!?!?!

Os rostos incrédulos transfiguraram-se em algo menos amistoso...

- O hómi esteve maséi a ouviri a nossa conversa lá fora!

-Prontos. Está fêito! É advogado!... Querem lá ver?

-Pois éi !!! Nãéquémêsmu?

-Não sou advogado, não senhor! Ando a fazer uma pesquisa para colocar um artigo da Internet! E... e... queria tirar umas fotos do local que procuro!

-Ah! Préguntã um locáli...

-Atão expliquesse milhor do que quer dagente!

Enquanto que o primeiro, baixo e farto de carnes, aparentava sessenta anos, este mais alto, sardento e cabelo de cenoura, devia ser tipo para os trintas...

-Procuro uma mamoa!!! È um monumento proto-histórico...

-Oooh! Pááá! Monumentos desses é que não há por aqui... Você vá masé ao Kikas em Santarém, que encontra muitas mamonas...

-Está calado, pá! O hóme nã precura mamonas! O hóme quer uma mamoooa! Nã percebêsteis???

Alvitrou outro freguês pensativo, coçando o queixo envolto em barba de três dias... Entretanto cá o Cidadão, pacientemente, voltou á carga...

-Ora bem... a ver se nos entendemos... a mamoa é um conjunto de pedras grandes, tipo lajes em pé, com outras a servirem de tecto... e um espaço por baixo, onde antigamente sepultavam os mortos...

-Já sei! As pedras encavaladas!

Mastigando àvidamente, atirou um quinto indivíduo que, de olhar profundo, tez malhada, cabelos compridos e apanhados, barba farta, ostentando um brinco dourado, pólo azul claro, ganga velha e sandálias de camurça, com a lâmina da navalha subjugada sob o grosso polegar, esquartejava um pequeno queijo de cabra, assistindo atentamente ao diálogo de surdos!

-Cavalonas??? Outra pôrrããã???

Exclamou o “cenoura”...

-Cavalona era a tua tia, pá! As pedras encavaladas são aquelas rochas ali em cima, na Jogada!

-Ah! Isso ai?

-Ah!

‘ ‘’-Aaaaahh!’’ ‘

Exclamação geral!

-Dessas mamoas como você diz, temos por cá muitas!

-Nã pode lá seri!!! Mamonas cavalonããs?

-Tú a dárlhi e aburráfugiri!

-Umas... mais bem conservadas que outras... Umas maiores e outras mais piquênas...

-Hummm, ondi é quistão essas gaijas vá-se lá sabêri!!!

-Oh! Ti Zé! Na Jogada estão logo duas! No Vale de Chãos há outra! E...e... no Alqueidão, em Martinchel, mais uma! Ali... no Vale dos Tórizes, outra... e no Vale da Amarela... está outra dessas. Na barreira da Vergeira está mais uma... ainda quer mais?

-Poçãns! Já mo podias tere dito há uma data de tempú! Anda práqui um hómi á bôa vidããã!!!

-Nos Tórizis? Não éi naquilo do Sapatinhãã!

-Não! No Sapatinha, é a Vergeira!

-Isso é na torre, pá!

-Pois é! Essas estão entre a escola e a torre de vigia!

-Por aqui há assim tantos vestígios megalíticos?

-Resta saber a qual é que quer ir agora!

-Pode ser a que estiver mais perto... e maior... para lhe tirar umas fotos.

-O hómi é magâânuu...

-Atão olhe... senhor... venha aqui fora... Você desce a ladeira... e lá em baixo, junto á casa do Ti-Tanquêro volta á dirêta...

Todos saíram da tasca vencendo aquele degrau traiçoeiro, com as fitas mosquiteiras fustigando a tertúlia... Entre o casario, desceram um pequeno declive, alargando os horizontes a Oeste...

-Oh,pááá! O home sábi lá agora onde fica a casa do Ti-Tanquêro! Éis burrófázisti! Não éi á drêêêta! Éi á isquêêrdã!

-Prontos! Onde encontrar o sinal do parque náutico, volta aí á dirêta!

- Nã éi á drêta! Éi á isquêêrdããã, porrããn!


-Prontos! É á isquêrda! Desce, desce sempre, e despois sobe, sobe, sobe a ladêra até ao cimo do Vale da Vinha, e, na incruziládãã da Zambujêra vira á sua isquerdã, sempre num caminho de terra batidã.... Aí há-de ver a Aldeia do Mato mais abaixo! Passa por um picoto á sua dirêta...

-Oh! Pá! O senhor sabe lá onde fica o Vale da Vinha!

-Á isquêrda, não! Olha qui éi á drêta... porrãã!

-Pois... É isso... À isquerda... não... á...á... dirêta, anda mais um pôco, pára aí o jipi e desce a pé um carrêrito... sempre na direcção d’aqui... anda p’ráí uns cêim metros e logo vêi as pedras encavaladas umas nas ôtrããs!

-Obrigado... A ver se dou com a coisa...

-Está a vêri alêim adianti no cimo da encosta? Os eucalitros mais ali... e despois os pinheiritos aléim adianti?

O cicerone descrevia o percuso sinuoso apontando com o indicador enquanto a palma da mão esquerda lhe protegia as vistas da luminosidade solar!

-Sim... estou a conseguir...

-Ólhi... é meismo aquilo! Até se vêi daqui... aquelas pedras aléim no arto, abaixo dos pinhêros!!


-Ó senhori! Se quiser, até posso ir indicar-lhe o caminho! Onde tem o jipi?

-É aquela moto...

-O quèi? Aquilo aléim encostado ao muro das festas?

-Pois... Qual é o problema? Heim?

Questionou cá o Cidadão, amparando calmamente a chama do isqueiro a petróleo, acendendo um Marlboro suspenso dos lábios... Encenação que treinara vezes sem conta e funcionaria lindamente se assentasse as nalgas no selim da máquina laranja! Mas como estava a alguma distância... foi-se dirigindo nessa direcção com a horda tertuliana na sua peúgada...

-Senhor! Senhor! Esqueceu-se de pagar o café!

Era o taberneiro espavorido de todo, no encalço do Cidadão pois com o conversório este praça esquecera-se de pagar a conta!

-Eiiia, pois foi!!! Desculpe lá... quanto é?

-São cinquenta cêntimos, por favor!

-Tome... desculpe... não foi por mal!

-Vamos lá a entenderi, pá! Afinal vocêis ou estão a enganar o hómi... ou mestão enganado a mim... Há lá garinas agora, éi ? O hómi está mesmu com uma fézádãã de lhes dári!

-Está calado, não sabis o que dizis! O homem anda á procura das pedras encavaladas!


-Pode lá sêri uma coisa dessããs!!! Anda lá agora á procura de barrôcos! Vocêis éi qui nã perceberam. O maganú... anda á procura de gaijas bôuas! Ou vocêzes julgam que eu sou tonto?

-És desconfiado! Tá calado que o homem é sério!

-Eli pode enganari a vocêzes mas a mim é que não mingãna...Ora essãã! Hein?

-Vamos a mais uma rodada?

-Esta, pagas tú!

-Pago eu... o tanas! É a vez do Maneli se chegar ádianti!

Colocando o capacete amarelo e a Z-2 em marcha, o Cidadão partiu em demandas da mamoa...
Primeiro desceu, desceu... desceu bastante o estradão vertiginoso, deixando para trás meia dúzia de almas com olhares apreensivos e muitas dúvidas misturadas em inflamada discussão. Não fosse o caso o motor Zundapp-2 arriscar-se a dar o “peido mestre” na subida que se armou mais adiante ou ficar por um trambolhão naqueles terrenos traçados de valas por tudo quanto era sítio... cá estava o cruzamento da Zambujeira... voltar á direita... o picoto... mais adiante... catano! Ao fundo da ravina, á esquerda... era o Vale Manso!!! Devia ser ali mais ou menos... Parar, desligar o motor efervescente... e apear-se foi um truz... Ah! Ganda Coty!
Mas vestígios da mamoa... nem vê-los... a não ser que...
As flores das estevas tinham as pétalas inferiores derrubadas... apanhada uma... e duas... ainda o aroma... Ah.... Fôra há poucos dias... reparando melhor... as pétalas caídas formavam uma carreirinha, descendo encosta abaixo como que por artes mágicas, indicando o caminho... alguém por ali tinha passado há escasso tempo... pelos jeitos, o terreno espezinhado...era muita gente... olá... lenços de papel... gente que não está habituada a estas andanças... um pouco mais e vento... um pouco mais de sol... uns gravanejos... os pólenes e aí está... pruridos nasais... espirros... gente urbana... ali havia maior concentração de resíduos... papéis de chocolates... caixas de lenços... o grupo parou por ali durante muito tempo... ora bem... galhas partidas... descendendo um pouco mais...
Que linda paisagem!
Os urbanos são uns poluidores do camandro! Um saco preso no tronco do pinheiro seco... sem vestígios de poeira... coisa recente...de gente sem cuidado... a natureza que se lixe... o respeito pelo meio ambiente é prosápia... coisa chique, óptima para conversa de café...Vai-se a ver e na prática dá neste triste resultado...mas c’a gandas barrocos... vestígios de preservativos, népias... o local era de acesso difícil aos casais... do mal o menos...
Entre estevas e pinheiros... do meio do nada, um afloramento granítico... onde se viu uma coisa assim... Oito metros de diâmetro... pouco mais ou menos... e aquilo? Dois baldes verdes, enredados...talvez...para os pássaros se alimentarem evitando a destruição pelos mamíferos... coelhos... madeixas de cabelo... Magia negra? É isso! Para afastar os javalis!
Os barrocos... como é que se colocariam nestas posições... empilhados uns nos outros... é que nem de propósito...Aquele mais elevado evoca um menhir... só com intervenção humana seria possível...
Parecem formar cavidades... abrigos para os humanos... talvez... Pedrinhas miúdas em redor.... Algum ritual... Tá-se mesmo a ver... Tá-se, tá-se...Se deborcam por ali abaixo... só param na albufeira... isto parece pedra lascada... trabalhada...
Aaaahh!
eureeeKa!
!!!A mamoa!
Houvera descoberto a mamoa!

Tiradas as fotos e satisfeita a curiosidade, este rapaz colocou o capacete amarelo, galgou a Coty, deu ao pedal de arranque, engrenou a primeira velocidade e avançou para Abrantes... o Sol repousava por detrás da Serra de Aire...até lá chegar havia que aquecer o segmento da Famel... sentira um rato no estômago... e a sensação do dever cumprido naquela tarde diferente... onde houvera descoberto a mamoa...
Em Abrantes, aguardavam-no outros frutos... bem conservados, lustrosos e com bôa apresentação... caros se pesados ao quilo... Custam-nos os olhos da cara... os mamões, claro!
Como tereis topado, foi um post excessivamente vegetariano!