ALEGORIA D’UM CANÁRIO!
Certa ocasião, um gato Maltêz filou Fadário, o canário amarelo, a beberricar num charquinho de água em pleno jardim… foi-se aproximando sorrateiramente do frágil passarinho…
e…
*“:(“ ZÁS!
Deitou-lhe as presas… abocanhando-o com seus aguçados dentes!
O canário Fadário, amarelo de susto perante tal surpresa, debateu-se como pôde para se libertar daqueles intentos do atroz, poderoso e sanguinário bichano!
Se bem quando, surgiu por ali um senhor muito apessoado que ao deparar-se com tão dramático quadro de luta entre vida e morte, logo fez uso do seu envernizado sapato mata-barata, correndo o malvado gato Maltêz á biqueirada, livrando de morte certa… o canário Fadário!
Com atrozes dores nos lombares e dando ás de Vila Diogo, o Maltêz arreganhou sua dentuça, libertando um moribundo e destroçado Fadário!
O cioso senhor mui assenhorado, colheu do chão quente para o aconchego de seu regaço, o frágil e desventurado Fadário…
Em sua linda casa, libertou-lhe as frágeis penas de langonhosa babugem… com jeitinho e um cotonete também, aplicou violeta de genciana em suas pequeninas feridas, remetendo a avezinha para o metálico chão de gelada e solitária gaiola!
O Sol partiu para outras paragens do mundo e Fadário… por lá ficou sob o reino das trevas, tombado, moribundo e entregue á sua triste sina…
Ao romper da aurora, também Fadário foi recuperando sua pequenina consciência… ergueu sua cabecita, e apontando o bico em redor, olhou uma tigelinha com água… ao lado, outra malguinha mantinha juntinhas, umas quantas sementes de alpista… olhou o céu, reparando que, triste só e abalado, se encontrava rodeado de robustas e verticais grades de arame… foi… quando, do interior de tão cruel fatalidade… exclamou, Fadário… para seus rebites:
“- C’UM CATANO!
estou lixado …
…MATEI O GAJO !!!”
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